sábado, 16 de junho de 2012

A falácia da sustentabilidade

A vontade de mostrar um Brasil próspero e capaz de receber encontros internacionais impulsionou o Governo Federal a trazer a Rio+20 para cá. Por vaidade ou necessidade, não sabemos qual fator mais prevaleceu, a presidente Dilma se preocupou prioritariamente com a realização do mesmo.

A discussão é boa, mas os governos poluidores, predadores do meio ambiente e dos recursos de nosso planeta estão prontos a participar, mas indispostos a reconhecer que SÓ PENSAM EM LUCRO. Tudo é unilateral quando se trata do LUCRO. Os Estados Unidos e Japão podem transformar ferro em aço à vontade, mas o Brasil, por exemplo, não pode destruir as reservas de minério de ferro indiscriminadamente. Isto só seria razoável se o ferro que lhes serve para produção do aço não saísse aqui do Brasil.

Entenderam, eles, os países ricos, podem produzir à vontade, que são também os mais poluidores, mas nós, os emergentes e fornecedores de matéria prima, temos que ser comedidos e sustentáveis.

Abaixando o padrão

O próprio padrão de vida dos países ricos, muito acima da média, teria que ser reduzido. Para tudo ficar igualmente dividido, os americanos teriam que reduzir em mais de 50% seu consumo de energia elétrica, pois não vamos ficar economizando enquanto eles ficam "torrando" resistências elétricas de seus chuveiros e aquecedores ou alimentando os compressores de seus aparelhos de ar condicionado e outros.

A crise européia

Tudo o que os europeus já experimentaram e deu errado, inclusive o EURO, querem nos dar lições de como devemos fazer. Eles destruíram suas fontes de recursos e tem que importar quase tudo. E isto depois de um período da história universal em que eram donos de quase todos os territórios americanos e africanos.

O remédio

Para tudo ficar bem justamente partido, os países ricos DEVEM financiar os projetos para fontes de energia alternativas e PARAR DE CRITICAR O NOSSO PROGRAMA DO ÁLCOOL com a MENTIRA de que ele é destruidor do meio ambiente. Lembro-me a 30 anos atrás de estar na Universidade calculando produção de álcool a partir da cana, do PRO-ALCOOL e de outras fontes. E o Governo Brasileiro preferiu se curvar às pressões e continuar na crença Petrolífera.

A verdade é que os países ricos não querem os emergentes "emergidos" e sim "submergidos". O Brasil tem que dar é uma BANANA para os ricos, e seguir seu caminho como a China tem feito, sem ficar aceitando limitações dos mentirosos e hipócritas.

A solução chinesa

A solução chinesa foi utilizar a estratégia dos países ricos de explorar a mão de obra barata dos amarelos em benefício próprio como um golpe de judô, ou seja, aproveitar a força do adversário para derrubá-lo. Então os chineses copiaram a tecnologia ocidental e produziram a baixo custo, com um sucesso que se encontra atestado em nossos armários com roupas chinesas, brinquedos chineses e mesas com produtos eletrônicos chineses. Eles foram diligentes, e não espertos como os críticos escarnecedores. Nós vamos comprar produtos caros para que ? Para encher o bolso dos países ricos ? Uma BANANA para eles.

E o que realmente a RIO+20 vai mostrar

A Rio+20 vai demonstrar somente a nossa capacidade hoteleira e exibir um desfile de "carrões" com executivos de palavra fácil e viciosa, trajados em finos ternos, andando com sapatos de cromo alemão, novidades tecnológicas em multimídia, para dar a atmosfera de preparação técnica e recursos de telecomunicação para fazer chegar a todos os cantos do mundo a conclusão de que tudo continuará do mesmo jeito, pois todos vieram prontos para construir um Impasse. Esta é a verdade.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O preço das coisas

O dinheiro foi inventado para facilitar as trocas. O preço e a bolsa vieram depois. E o lucro foi a corrupção final do significado do dinheiro

O termo troca, tirado das relações sociais, fazia mais jus à operação que se observava para remunerar uma coisa ou trabalho feito por alguém a outrem. A troca se apresenta como algo que define uma coisa justa, uma coisa balanceada, sem vício. Já o pagamento se apóia no que o credor pode pagar a quem lhe executou determinado serviço. O preço é muito mais pernicioso, porque se afastou completamente do sentido de remuneração, de pagamento e muito mais distante fica de troca.

A venda

A venda teve o seu sentido muito dissociado de troca. Não existe mais troca; existe venda. E o vendedor é um intermediário de uma troca deturpada de algo de uma parte da qual não participou em nada.

Estamos analisando o sentido das relações. O produtor faz o produto, mas não o troca por algo com aquele que devia conhecer profundamente: o cliente. Cliente para ele, nesta relação em que o vendedor é um atravessador é apenas uma fonte de dinheiro. A comprovação deste fato é o péssimo tratamento que os produtores dão aos clientes, aliás, os ignoram por quase completo. Vendeu o produto, recebeu o dinheiro, querem manter os clientes o mais afastados possível, através de SACs (Serviço de Atendimento ao Consumidor).

Consumidor

Consumidor é pior do que cliente. Não somos predadores vorazes para termos esta pecha, esta alcunha. Queremos TROCAR nosso trabalho por bens. Não estamos consumindo, e o termo consumo foi um ardil perverso para nos nivelarem aos criminosos. Somos trabalhadores que queremos os bens de consumo, resultado de um crescimento da sociedade em que vivemos. Se não pudermos adquirir os bens produzidos pela sociedade que mantemos e fazemos crescer (participação civilizatória e cidadã), a sociedade não está atingindo o seu caráter de instituição que progride com o progresso concomitante de seus cidadãos.

O preço

Distanciando-se do sentido de troca, o preço não representa mais o valor das coisas, mas um NÚMERO ARTIFICIAL QUE ESTABELECE QUEM COMPRA OU NÃO OS BENS QUE A INDÚSTRIA PRODUZ.

É isto mesmo que você está lendo. As elites de posse dos parâmetros do sistema econômico regulam aquilo que será próprio de seu interesse de ostentação em particular. Um exemplo: se o transporte aéreo for julgado como sendo peculiares da elite, ela vai arranjar várias desculpas, inclusive tecnológicas, para que o público não tenha acesso a ele.

Podemos observar que o transporte aéreo BAIXOU DE PREÇO e as massas estão tendo acesso a ele. O que significa este "baixou de preço" ? Peças, economia de escala, pessoal, aeroportos, tudo BAIXOU DE PREÇO, então o PREÇO GLOBAL baixou. Quem comanda o sistema econômico e sua perspectiva de LUCRO justificou que vários PREÇOS baixaram, então a SOMA também baixou. MENTIRA.

O PREÇO não abaixa porque se produz mais. A PRODUÇÂO em maior quantidade fez o PREÇO baixar. Ou seja, esta iniciativa de produzir mais aviões partiu da perspectiva de empresários em obterem LUCRO. Foi decisão deles: da ELITE. O que eles disseram em suas reuniões secretas foi:

"Vamos fazer dos OUTROS consumidores de viagens de avião"

Nenhum insumo de aviação gritou de um galpão de depósito: "Olha, eu quero fazer parte de um avião". A decisão, repetimos, partiu de quem fabricou mais peças, pois recebeu mais encomendas. Mas as encomendas se criaram ? Não. Foram feitas por quem desejava lucro. Então perguntamos: será que estes empresários que tiveram esta iniciativa, e que são da elite controladora da sociedade, pediram permissão à própria elite para fazê-lo ?  A resposta é NÃO. Eles são a própria elite. Eles apenas disseram para si mesmos:

"Então está bem, vamos dar aos mais pobres o direito de viajar de avião, pois assim poderemos tirar mais dinheiro deles".

E então os aeroportos se encheram das classes C e D. E a felicidade se espalhou pelo ar. Tudo decisão das elites, que FABRICAM O PREÇO.

Conclusão

A Lei da Oferta e da Procura, uma das mais antigas da economia, foi modificada pelas elites. Elas provocam uma Oferta, baixando o preço, para forçar a procura. A procura é estimulada via meios de comunicação, também propriedade das elites empresariais.